17 janeiro 2011

Ainda sobre o maestro que morreu durante a Marcha Fúnebre




Ainda a respeito do meu post sobre a morte do regente Jean-Marc Cochereau, traduzo, abaixo, um artigo do ArtsJournal:

Herbert von Karajan, nos seus últimos anos de vida, apavorado com a possibilidade de vir a morrer no palco, encomendou uma pesquisa à Universidade de Salzburg sobre os efeitos do estresse associado à regência. Sua preocupação era motivada, pois Felix Motti e Joseph Keilberth sofreram uma parada cardíaca e morreram exatamente no mesmo ponto do terceiro ato de Tristão e Isolda (ver “The Maestro Myth”, 130-1).

Além destas fatalidades, Dmitri Mitropoulos morreu enquanto ensaiava a terceira sinfonia de Mahler no La Scala, Giuseppe Sinopoli morreu durante a "Aida" em Berlin e Mariss Jansons quase morreu ao final de "La Boheme" em Oslo – sua sorte, neste caso, foi a proximidade de um bom hospital, que lhe restaurou as funções cardíacas a tempo.

Outros exemplos trágicos de morte em cena podem ser encontrados aqui.
Não serve de consolo aos familiares e amigos de Cochereau, mas a história mostra que ele não morreu sozinho.

A pesquisa encomendada por Karajan não foi, até onde eu sei, publicada ainda (se foi, digam-me como encontrá-la). Mas parece haver exemplos de sobra associando o trabalho do regente com infartos do miocárdio para abastecer os estudos científicos.





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