07 maio 2011

O cérebro e o improviso musical




Como sempre, antes de mencionar aqui alguma palestra da TED Talks que tenha me impressionado, eu aguardo a conclusão de sua legendagem em português. E o vídeo abaixo é dos que mais me fascinaram nos últimos tempos. Refere-se especificamente a um estudo sobre o que ocorre no interior de nosso cérebro enquanto estamos elaborando algum improviso musical. Leiam, antes, a sinopse extraída do próprio site:

O músico e pesquisador Charles Limb se perguntava como o cérebro funciona durante a improvisação musical – então ele colocou jazzistas e rappers num scanner de fMRI (imagem de ressonância magnética funcional) para descobrir. O que ele e sua equipe desvendaram tem implicações profundas na compreensão da criatividade de todos os tipos.







Partituras desafiadoras




Rick Wakeman é conhecido por ter os dedos mais rápidos do rock progressivo:



Mas será que ele já tentou alguma vez na vida tocar a peça do vídeo abaixo?



Fico imaginando se esta não seria a obra pianística mais difícil de todos os tempos. Liszt, quando a compôs, devia estar muito insatisfeito com o nível de exigência técnica das peças de seu repertório (incluindo as que ele mesmo já havia feito). Não conheço nada mais demoníaco em música. Até porque, para tocá-la, o intérprete precisa estar “possuído”. Depois dessa, se ainda paira alguma dúvida de que Liszt, já naqueles tempos, era o protótipo perfeito dos grandes astros do heavy metal de nossos dias, essa dúvida se encerra quando imaginamos o próprio Liszt tocando essa peça para uma platéia absolutamente arrebatada – essa é, a propósito, a idéia central de Lisztomania, um belíssimo filme de Ken Russell, e do qual fez parte como ator, compositor e intérprete o próprio Rick Wakeman (que, por sua vez, também tem seus seguidores - assunto que eu já abordei num post sobre o Wakemaniacs).

Georges Cziffra (o pianista do vídeo acima) foi um autêntico “lisztomaníaco”. Devia gostar de desafios. Quem sabe ele não topasse esse:



Isso é sério? Não sei. Só sei que vai ser preciso nascer um pianista com seis ou sete dedos em cada mão, ou com três ou quatro braços, para poder encarar a peça acima.

Depois de descansar os ouvidos, fiquei pensando: que compositor, em seu juízo perfeito, faria algo assim? Ou seja: que músico comporia algo impossível de ser tocado por um colega seu, ou por ele mesmo? Sim, porque, em princípio, não faz muito sentido compor algo que não possa ser tocado por um ser humano... ou faz? Acontece que o vídeo acima serve justamente para analisarmos essa questão por um outro ângulo. Tenho visto gente aparentemente pouco preocupada em compor peças que sejam, digamos, “viáveis” para um ser humano. Isso parece até fazer parte de algum movimento. Se não for, pode acabar estimulando o surgimento de um. Acho isso válido, porque, no fundo, mais importante do que a capacidade que tem um ser humano de interpretar fielmente uma partitura, é a sua capacidade de entender a música que ela representa. Por melhores instrumentistas que sejamos, há sempre um limite além do qual não podemos ir sozinhos. Para driblar essas limitações individuais, e assim explorar toda a habilidade cognitiva dos ouvintes, é que se compõe para uma orquestra, por exemplo. Foi também para driblar essas limitações que se desenvolveu o sintetizador e o sequencer, por exemplo. A tecnologia MIDI, então, veio para acabar de vez com essa história de que tudo o que se ouve, mesmo numa apresentação ao vivo, deve ser “representável” numa partitura, e até mesmo “executável” num instrumento acústico. Voltando à peça acima, é óbvio que ela não foi feita para ser interpretada por um ser humano, muito menos num instrumento convencional. Agora, se a música é boa ou não, isso já é uma outra questão. Querem mais alguns exemplos? Assistam, então, às “obras-primas” abaixo:





Essas são doidas mesmo. Podem até ser partituras, mas não saberia dizer se o que sai delas é música ou barulho. Há controvérsias. Agora, se o importante é a partitura em si (e não o que ela quer dizer), apreciemos, então, algumas das belas obras de arte que estão expostas aqui, em Crazy Scores.

(veja também: Free Sheet Music Download - DOWNLOAD GRATUITO DE PARTITURAS, uma extensa coleção de links para downloads de partituras gratuitas na Internet)





06 maio 2011

Músicas do Casamento Real




Quem não assistiu ao “casório” do Príncipe William com Catherine Midleton não sabe o que perdeu. Eu, por exemplo, perdi. E também não sabia o que tinha perdido, até o momento em que vi a relação das músicas que foram tocadas durante aquele evento. Essa relação foi divulgada num artigo primoroso da About.com. O interessante dessa relação é que ela contem não somente os nomes e autores das peças, mas também links para seus respectivos vídeos no YouTube. São composições de artistas de todas as épocas e estilos, passando por Bach e Vaughn Williams, por exemplo. Há, inclusive, composições especialmente feitas para a ocasião, como a que eu já havia mencionado aqui num post anterior. Eis o artigo da weddings.about.com: MÚSICAS DO CASAMENTO REAL.