27 maio 2011
Robert Gupta e Joshua Roman – “Passacaglia”
Robert Gupta é violinista da Los Angeles Philarmonic, onde ingressou com apenas 19 anos de idade, mas também empresta o seu talento a atividades relacionadas à neurobiologia e à saúde mental.
Joshua Roman foi o pricipal cellista da Orquestra Sinfônica de Seattle de 2006 (quando tinha 22 anos) a 2008. É o mais jovem solista a ingressar nessa orquestra.
A peça tocada no vídeo abaixo foi escrita por Johan Halvorsen para violino e viola (Roman executa a parte da viola num cello Stradivarius). A apresentação ocorreu no palco da TED Talks.
26 maio 2011
Qual é a graça da Música Clássica?
Quem disse que a Música Erudita não pode ser divertida?
Às vezes, não é a música em si que é divertida, mas o seu intérprete. É o caso de Victor Borge, pianista e comediante dinamarquês (foto ao lado).
No vídeo abaixo, ele interpreta a Abertura de Guilherme Tell, de Rossini... de trás para frente!
Agora, ele e o violinista Anton Kontra interpretam Csardas, de Vittorio Monti:
Ainda as Csardas, desta vez com a virtuose da flauta doce Michala Petri, sua conterrânea:
Outro intérprete divertido é Dudley Moore. Ele ficou mais conhecido como ator e comediante, mas também era um músico de mão cheia. No vídeo abaixo, Moore interpreta uma peça com todas as características de uma sonata de Beethoven, exceto pelo tema, que é do filme “A Ponte Sobre o Rio Kwai”:
Beethoven, onde quer que esteja, deve ter adorado também essa versão dos Muppets para a “Ode à Alegria”, de sua Nona Sinfonia:
E teria sido a sua Quinta Sinfonia inspirada numa briga de casal?
Mr.Bean em dois vídeos, tocando uma bateria e depois um piano - ambos imaginários:
Neste post, há uma seleção de desenhos animados, todos relacionados à Música, que eu considero os mais divertidos que eu já vi.
E neste, há alguns vídeos de Richard Grayson. Aqui a diversão fica por conta de sua impressionante capacidade de improvisar qualquer tema (eu disse QUALQUER TEMA) no estilo de qualquer compositor erudito (que tal “Singing in the Rain” ao estilo de Wagner?).
Outras vezes, nem compositor nem intérprete são capazes de prever a reação da platéia a determinadas músicas. O segundo movimento da Simple Symphony, de Benjamin Britten, costuma provocar risos discretos entre os espectadores:
Às vezes, não é a música em si que é divertida, mas o seu intérprete. É o caso de Victor Borge, pianista e comediante dinamarquês (foto ao lado).
No vídeo abaixo, ele interpreta a Abertura de Guilherme Tell, de Rossini... de trás para frente!
Agora, ele e o violinista Anton Kontra interpretam Csardas, de Vittorio Monti:
Ainda as Csardas, desta vez com a virtuose da flauta doce Michala Petri, sua conterrânea:
Outro intérprete divertido é Dudley Moore. Ele ficou mais conhecido como ator e comediante, mas também era um músico de mão cheia. No vídeo abaixo, Moore interpreta uma peça com todas as características de uma sonata de Beethoven, exceto pelo tema, que é do filme “A Ponte Sobre o Rio Kwai”:
Beethoven, onde quer que esteja, deve ter adorado também essa versão dos Muppets para a “Ode à Alegria”, de sua Nona Sinfonia:
E teria sido a sua Quinta Sinfonia inspirada numa briga de casal?
Mr.Bean em dois vídeos, tocando uma bateria e depois um piano - ambos imaginários:
Neste post, há uma seleção de desenhos animados, todos relacionados à Música, que eu considero os mais divertidos que eu já vi.
E neste, há alguns vídeos de Richard Grayson. Aqui a diversão fica por conta de sua impressionante capacidade de improvisar qualquer tema (eu disse QUALQUER TEMA) no estilo de qualquer compositor erudito (que tal “Singing in the Rain” ao estilo de Wagner?).
Outras vezes, nem compositor nem intérprete são capazes de prever a reação da platéia a determinadas músicas. O segundo movimento da Simple Symphony, de Benjamin Britten, costuma provocar risos discretos entre os espectadores:
25 maio 2011
Jackie Evancho - Ombra Mai Fu, de Handel
Jackie Evancho, que ficou em segundo lugar no Got Talent americano do ano passado, gravou para a npr music uma versão de “Ombra Mai Fu”, de Handel. Acho que vale a pena ouvir essa interpretação (clique no link abaixo), e depois rever a sua performance no Got Talent. Torço para que estejamos revendo esses mesmos vídeos daqui a dez, vinte, cinquenta anos, só para nos lembrarmos de como se deu o surgimento de uma grande estrela.
Especial para a npr music: Jackie Evancho - Ombra Mai Fu, de Handel
Participação de Jackie Evancho no America's Got Talent:
Especial para a npr music: Jackie Evancho - Ombra Mai Fu, de Handel
Participação de Jackie Evancho no America's Got Talent:
23 maio 2011
Nigel Kennedy
Nessa foto de 1964, o garoto com cara de quem preferia estar em outro lugar é Nigel Kennedy com cerca de 7 ou 8 anos de idade. É a mesma pessoa que aparece em outro vídeo já postado aqui, numa performance brilhante de “O Verão”, das Quatro Estações de Vivaldi - obra que o ajudou a se tornar bastante conhecido (sua gravação de "As Quatro Estações" com a English Chamber Orchestra, em 1989, vendeu mais de 2 milhões de cópias, e é um dos álbuns clássicos mais vendidos de todos os tempos).
A foto, portanto, é enganadora, pois não deixa antever um décimo da paixão com que esse músico vem se dedicando à sua arte desde a mais tenra idade. Contribui para isso o fato de que pertence a uma linhagem de músicos da mais alta estirpe (seu avô, Lauri Kennedy, foi primeiro cellista da BBC Symphony Orchestra, tendo tocado com os maiores nomes da época, tais como Fritz Kreisler, Jascha Heifetz e Arthur Rubinstein) e também o fato de que teve a melhor formação possível: foi aluno de Yehudi Menuhin e, mais tarde, de Dorothy DeLay, na Julliard School.
No vídeo abaixo, Nigel (ao violino) e Juliet Welchman (ao cello) executam algumas das Invenções a Duas Vozes de Bach (1, 14, 8 e 6). Confesso que só as conhecia nas interpretações de cravistas e alguns pianistas, como Glenn Gould e João Carlos Martins – jamais pensei que soassem tão bem com instrumentos de corda. Não se impressionem com o “jeitão” de Nigel : ele parece se sentir em casa, mesmo diante de uma platéia exigente e de músicos do mais alto nível.
Mais um pouco sobre a Crise na OSB
Outro dia mencionei aqui uma atitude tomada pelo nosso maior pianista, Nelson Freire: em solidariedade aos músicos demitidos pelo maestro Roberto Minczuk, Freire simplesmente cancelou os seus compromissos deste ano com a OSB. Cristina Ortiz, pianista brasileira de renome internacional, também tem feito o que pode. Li, num artigo publicado em 29 de abril último na coluna de Norman Lebrecht, conceituado crítico do Arts Journal, a transcrição de um apelo “pungente” feito por Ortiz aos músicos da RLPO (Royal Liverpool Philarmonic Orchestra) no sentido de que fossem mais explícitos no apoio aos seus colegas do Brasil. Esse apelo levava em conta o fato de que Minczuk seria o regente dessa orquestra em dois espetáculos programados para os dias 12 e 15 de maio. O que ela pedia, em outras palavras, é que eles “saíssem de cima do muro”. Ortiz se disse surpresa (e até decepcionada) com as declarações da RLPO de que a crise na OSB era um “assunto interno” que não lhes dizia respeito. Tentou (em vão) fazê-los ver o quanto estavam enganados por agirem como se nada de parecido pudesse lhes atingir no futuro. O artigo de Lebrecht foi publicado um dia antes do histórico concerto em que Ortiz se apresentou com todos os músicos demitidos por Minczuk.
Depois de ler esse artigo, li também os comentários. São apenas três. O de George Brown, por exemplo, chega a propor piquetes nos locais onde serão feitas as audições para o preenchimento das vagas abertas na OSB. Mas o comentário mais interessante, a meu ver, é o de Ole Bohn (spalla da Norwegian National Opera e professor do Conservatório de Música de Sydney). Em uma espécie de carta aberta aos seus colegas da RLPO, Bohn começa narrando os acontecimentos de 9 de abril, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, quando integrantes da OSB Jovem que substituiam os músicos demitidos simplesmente deram as costas para Minczuk e se retiraram do palco assim que ele ergueu a batuta. O YouTube está cheio de vídeos desse episódio constrangedor, mas eu selecionei três dos que eu considero mais representativos (ver abaixo). Bohn sugere, então, procedimentos que os músicos da RLPO deveriam adotar em repúdio ao comportamento “ditatorial” de Minczuk. Propôs, inicialmente, que eles tentassem cancelar os dois concertos a serem regidos pelo brasileiro (pelo que sei, ambos os concertos foram realizados normalmente - veja uma resenha desses concertos). Alternativamente, sugere atitudes que vão desde a simples utilização de camisetas pretas durante os ensaios e apresentações, até uma espécie de “operação padrão” - que é o que eu depreendo do trecho em maiúsculas, onde ele diz: “DON”T HELP HIM A SECOND. PLAY ONLY HOW HE BEATS, UNDER THE MOTTO ” IF YOU DON’T BEHAVE, WE WILL PLAY AS YOU CONDUCT ‘!” – em resumo: “Não o ajudem um segundo sequer. Limitem-se a tocar estritamente o que ele lhes indicar”. Tamanha animosidade parece confirmar um prognóstico do Sr.Mariano Gonçalves (vídeo abaixo): Minczuk corre o risco de ser o maior prejudicado por sua decisão.
De todo modo, músicos do mundo inteiro já começam a disputam as 33 vagas abertas em 12 naipes pela OSB, com audições em Londres, Rio e Nova Iorque. Aquela idéia dos piquetes, sugerida no comentário de George Brown, está sendo posta em prática - ao menos em Londres, onde membros do (BMU - Sindicato dos Músicos da Grã-Bretanha) se manifestaram no local das audições.
Vamos aos vídeos. O primeiro nos mostra imagens dos protestos realizados no dia 9 de abril em frente ao TMRJ, pouco antes de uma apresentação da OSB. O segundo, feito também durante essa mesma manifestação, mostra o Sr.Mariano Gonçalves, tradicional frequentador do teatro, externando sua opinião sincera sobre os fatos. O terceiro nos mostra o espetáculo em si – ou melhor, as vaias a Minczuk, e a inusitada cena em que diversos instrumentistas abandonam o palco.
22 maio 2011
Paul McCartney – The Long And Winding Road
Paul está de novo entre nós - e desta vez para apenas duas apresentações que fará no Rio de Janeiro (o que, cá entre nós, talvez seja insuficiente para a quantidade de fãs que gostariam de vê-lo mais de perto). Nem ia tocar nesse assunto, mas é que, de repente, lembrei-me de uma linda música sua, “The Long And Winding Road”, e achei que poderia contar aqui uma das historinhas interessantes que se sabe a respeito dela.
Considero-a uma das melhores faixas do álbum "Let It Be", de 1970 (o último lançado pelos Beatles). Embora conste oficialmente como tendo sido composta por Lennon e McCartney, a verdade é que Paul a compôs sozinho, em sua fazenda na Escócia. Na ocasião, o relacionamento entre os quatro rapazes de Liverpool já não era dos melhores, e Paul parecia antever o desfecho melancólico do grupo. Saiu, então, essa canção triste, em clima de despedida. Nas palavras de Paul:
“Bastou que eu me sentasse ao piano para que essa canção me viesse. Na minha imaginação, era como se alguém como Ray Charles a tocasse. Sempre encontrei inspiração na beleza calma da Escócia. Dessa vez não foi diferente.“
A propósito, é muito provável que a “longa e sinuosa estrada” de que trata essa canção seja a B842, uma rodovia que se estende por cerca de 50 km ao longo da costa entre Kintyre e Campbeltown, na Escócia.
Em outra declaração sobre sua música, Paul diz:
“É basicamente uma canção triste. Eu gosto de escrever canções tristes, é uma forma que você tem de exteriorizar seus sentimentos mais profundos. É um bom veículo, até porque te poupa de uma visita a um psiquiatra”.
"The Long And Winding Road" foi gravada em duas sessões, uma no dia 26 e outra no dia 31 de janeiro de 1969. Mais tarde, incumbido de lapidar todo o material já gravado para o álbum, o produtor Phil Spector realizou nele uma série de intervenções, culminando com a do dia 1 de abril de 1970, quando, à revelia dos integrantes da banda, decidiu remixar por completo a faixa "The Long And Winding Road". Escolheu, para isso, a versão do dia 26. Num surto de “criatividade” e autossuficiência (presenciado, entre outros, por Ringo Starr - que, coincidentemente, estava no estúdio, mas trabalhando em outras faixas), Spector optou por arranjá-la com uma orquestração bem "menos discreta" que a habitual - só para que se tenha uma ideia, ele utilizou 18 violinos, 4 violas, 4 cellos, 3 trompetes, 4 trombones, 2 guitarras, e um coro de 14 vozes femininas. O resultado, do ponto de vista puramente musical, foi excelente. Paul, no entanto, irritou-se profundamente com o protagonismo exagerado da orquestra, que lhe pareceu totalmente inadequado ao espírito de sua composição. O maestro e arranjador George Martin, tradicional colaborador da banda (e chamado por muitos de “o quinto Beatle" pela importância de sua colaboração), também achou o mesmo. De nada adiantaram os apelos de Paul para que a orquestração fosse reduzida (algumas de suas reivindicações foram, inclusive, bem pontuais, como a eliminação pura e simples da harpa que ornamenta o acorde final da obra). Curiosa foi a posição assumida por Lennon, Harrison e Starr, que decidiram execrar não somente as escolhas de Spector mas também as de Paul. A partir daí, o racha que já havia entre os integrantes da banda alargou-se ainda mais. Essa celeuma, aliás, acabou sendo um dos seis motivos apontados por McCartney para explicar o fim dos Beatles.
Essa história é contada em muito mais detalhes na Wikipedia (em inglês).
(veja também: a partitura de THE LONG AND WINDING ROAD )
Quatro versões de “The Long and Winding Road”: (1) a versão de Spector (lançada no álbum “Let it Be”), (2) a versão original (com imagens antológicas da sessão de gravação), (3) uma fusão meio “mandrake” (mas muito bem feita) que tenta nos mostrar o que talvez seja a versão ideal na opinião de três dos Beatles (Paul de fora, obviamente), e (4) novamente a versão orquestrada, com qualidade sonora um pouco inferior à do primeiro vídeo, mas desta vez com a letra.
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