13 dezembro 2010

Ventura TX5 Classic Organ

Quem viu o meu post sobre Allex Bessa, também viu o instrumento ao lado: era num órgão Tokai TX5 que Bessa tocava Catherine Parr, de Rick Wakeman. Acontece que se trata do mesmo produto. Foi rebatizado como “Ventura” apenas para que pudesse ser comercializado nos Estados Unidos sem o risco de ser considerado um lançamento da Tokai Guitars, uma companhia completamente independente.



Sobre ele, eu poderia dizer que alia características de um teclado vintage (não usa samples, por exemplo) com recursos que só se tornaram possíveis graças a avanços tecnológicos mais recentes (como os efeitos realísticos e a possibilidade de programar grande número de presets).

Encontrei os preços para a versão simples (a da foto é uma versão Combo, com dois teclados e um stand): nos Estados Unidos, custa US$1999,00 (sweetwater). No Brasil (mercadolivre), vi anunciado por R$3390,00. Uma boa ficha técnica do produto pode ser encontrada na própria sweetwater.



O vídeo abaixo serve bem como demonstração do produto: é a primeira versão do Tokai TX5 (com Allex Bessa):



O vídeo abaixo é um demonstrativo mais detalhado do Ventura TX5:




Greyson Chance

O YouTube divulgou a lista dos vídeos mais “virais” de 2010. Quero destacar o que ficou em terceiro lugar, com mais de 30 milhões de acessos (pelo menos até agora). É o de Greyson Chance, de 13 anos. No vídeo (abaixo), ele mostra a sua interpretação de um sucesso de Lady Gaga, “Paparazzi”, para um festival de música de sua escola. Eu não estaria falando dele aqui se, além de tudo, ele não fosse, também, um compositor. Fiquemos, por enquanto, apenas com o vídeo que o lançou:



A vida de Bill Clinton cantada em Ópera




O início da carreira do ex-presidente é o assunto do novo trabalho da compositora Bonnie Montgomery

“Billy Blythe”, uma ópera baseada na vida de Bill Clinton, escrita por dois nativos de Arkansas, está focada mais numa fase inicial da vida do ex-presidente do que no turbulento episódio envolvendo o seu suposto affair com Monica Lewinsky, uma estagiária da Casa Branca.

O título da ópera vem do próprio nome de batismo de Clinton - William Jefferson Blythe III. Uma estudiosa da música folclórica americana, a compositora Bonnie Montgomery inspirou-se em episódios ocorridos na época em que Clinton ainda estudava em Arkansas, narrada em sua autobiografia “My Life”. De acordo com a sinopse, sua colaboração com o libretista Britt Barber pretende capturar o misticismo de Arkansas e a influência que o mesmo teve na forma com que Clinton via o mundo naquela época.

A história toda acontece durante um único dia na adolescência do futuro presidente, centralizada em seu relacionamento com sua mãe e com seu padrasto, e em como os eventos ocorridos durante a sua infância puderam moldar o seu caráter. Numa das cenas, há uma ária em que a mãe de Billy fala a ele de seu pai, William Blythe, morto antes dele nascer.

A afinidade de Montgomery com as origens humildes de Clinton pode ser encontrada, também, em seu público-alvo. Ela quer que esse espetáculo seja acessível a uma geração de pessoas que nunca tinham antes assistido a uma ópera. A sua premiere foi em Little Rock’s Women’s City Club, uma antiga casa de bailes. “Esperamos ter feito algo pelo estado”, contou Montgomery ao “Telegraph”. “Bill Clinton também tem feito muitas coisas positivas por ele”. Tendo sido ele próprio um saxofonista talentoso (chegando a considerar até mesmo a possibilidade de seguir uma carreira de músico), é bastante pertinente que Clinton tenha inspirado esta homenagem musical à sua terra natal.

No vídeo abaixo, a própria autora fala de sua nova composição, e canta uma das árias (aparentemente, a mesma que mencionei acima):





(fonte: musolife)


12 dezembro 2010

Os melhores álbuns com músicas de Bach de 2010


Ouça faixas selecionadas dos dez melhores álbuns com músicas de Bach lançados em 2010, segundo a npr (a imagem acima é da capa de um dos álbuns, com a violinista Isabelle Faust).

(fonte: npr)

Sinfonia do Superman entre as indicadas ao Grammy

Michael Daugherty tirou a sorte grande nas indicações ao Grammy deste ano. Uma gravação da Nashville Symphony de duas de suas peças, “Metropolis Symphony” e “Deus Ex Machina”, está entre as cinco candidatas ao prêmio. Isto é particularmente impressionante dado que a Metropolis Symphony foi escrita no final dos anos 1980.

Daugherty diz que, quando ele escreveu a peça, a maioria dos compositores estava escrevendo música abstrata. “Às vezes, quando você compõe uma peça, ela pode estar um pouco à frente do seu tempo. E esse pode ter sido o caso [desta sinfonia]”, disse Daugherty. “Eu pensei que seria uma boa oportunidade de voltar no tempo, aos dias em que li aquela história em quadrinhos”.

Apesar da Metropolis Symphony ser inspirada no Superman, ele não foca exclusivamente no homem propriamente dito. “É sobre as pessoas à sua volta, o ambiente em torno dele”, diz o compositor. “Somente no final é que. com o ‘Red Cape Tango’ – a morte do Homem de Aço – nós olhamos diretamente para ele”.

O quarto movimento, “O, Lois!”, é uma referência a Lois Lane, a repórter colega e amada de Superman. É o mais rápido dos movimentos – de fato, a marcação do tempo nos compassos iniciais, “mais rápido que uma bala de revólver”, é também, talvez, a parte em que a composição mais se aproxima da atmosfera dos quadrinhos. Daugherty diz que buscou inspiração na pop art e em séries de televisão como a do Batman.

“Deveria haver um ‘crash’, ‘bang’, ‘boom’ – e deveria haver um desenho com esses dizeres”, diz Daugherty. “Eu o fiz com a percussão”.

Mais poderoso que uma locomotiva

A segunda metade da gravação apresenta uma composição mais recente de Daugherty, terminada em 2007, intitulada “Deus Ex Machina”. É essencialmente um concerto para piano que Daugherty diz ter sido fortemente influenciado por trens.

“Eu sempre fui fascinado por trens”, diz ele. “Quando eu morava em Cedar Rapids, Iowa, a janela do meu quarto, que ficava no segundo andar da casa, permanecia aberta durante a noite, o que me permitia sempre ouvir os trens que vinham apitando. Eu achei que isto poderia servir de tema para uma peça”.

O segundo movimento é sobre um trem específico: o trem de sete vagões que transportou o corpo de Abraham Lincoln. Ele começou o seu percurso em Washington, D.C., passando por várias cidades americanas até chegar ao seu destino em Illinois. Ao longo do caminho, centenas de milhares de pessoas viram o presidente assassinado.

“Aquele foi realmente o primeiro funeral itinerante de um presidente”, diz Daugherty. “Lincoln havia sido a pessoa que alocou recursos federais para a construção da malha ferroviária da América. Foi graças a esta sua visão como presidente que se desenvolveu o sistema nacional de trens”.

O primeiro minuto do movimento começa suavemente no piano e cresce gradualmente com as trompas e os carrilhões.

“No início da peça, o piano toca lentamente porque o trem está se movendo vagarosamente”, diz Daugherty. “Depois de algum tempo, passamos a ouvir, também, o barulho repetitivo das rodas sobre os dormentes”.

Daugherty sempre faz uma ampla pesquisa antes de cada peça que compõe. Para ter uma noção do que as pessoas devem ter sentido ao presenciarem a passagem do trem fúnebre, ele visitou Gettysburg, Pa, onde Lincoln fez seu discurso histórico.

“Eu caminhei pelas ruas de Gettysburg durante um dia inteiro”, diz Daugherty. “Estar naquele ambiente foi o bastante para que eu tivesse a inspiração para esse movimento”.

E a inspiração para a Metropolis Symphony? “Andar por Nova Iorque inspira qualquer um a escrever alguma coisa”.



(fonte: npr)