Faço questão que você conheça a música com o título acima. Mas, antes, deixe-me contar mais um “causo”:
Em 1975 ou 1976 eu havia me “viciado” em música. Passava o dia inteiro (quando não estava na escola) ouvindo rádio (meu pai não me dava dinheiro suficiente para eu comprar meus próprios discos, infelizmente...). A moda era o Rock Progressivo, do Yes, Rick Wakeman, Pink Floyd, Camel, Mahavishnu Orchestra, Focus, Kraftwerk, Tangerine Dream, etc. E havia somente uma emissora especializada nesse tipo de música (ao menos no Rio de Janeiro): a Eldo Pop (98,1 MHz).
Mas a Eldopop tocava uma música atrás da outra sem nos dar a menor informação a respeito delas. Ouvi, dessa forma, muita coisa boa, e nunca fiquei sabendo do que se tratava. Numa das vezes em que eu resolvi sair gravando tudo o que eles punham no ar, acabei “capturando” uma música que me impressionou não somente pela qualidade mas também pelo fato de ser cantada por brasileiros. Digo isso porque, de vez em quando, eles tocavam um Gil, um Caetano, mas nunca algo de um brasileiro que se pudesse classificar como rock progressivo. Eu estava diante, portanto, de uma surpreendente exceção. Mas, quem seriam eles?
Mostrei a gravação a um amigo – que costumava ser muito mais bem informado do que eu nesses assuntos – mas ele também não soube identificá-los.
Não fosse a sorte de tê-la gravado, eu a teria ouvido somente uma única vez. Não a ouvi mais na Eldo Pop, que, pouco tempo depois, acabou virando outra rádio – a 98 FM - passando a tocar outro tipo de programação, totalmente diferente (leia a história dessa rádio). E, para piorar as coisas de vez, perdi a fita com aquela gravação.
Um dia, a Rede Globo começou a exibir a novela Anjo Mau. Eu não assisti a um capítulo sequer, mas cansei de ouvir “Meu Mundo e Nada Mais”. Aliás, na primeira vez em que a ouvi, achei a voz do cantor muito parecida com a daquela gravação – parecida até demais!
O cantor/compositor dessa música é Guilherme Arantes. Com ela (e com o auxílio ou não da novela), Guilherme chegou ao estrelato. E eu fiquei com aquele “pulga atrás da orelha”. Aliás, pulga não. Era um elefante mesmo. Não somente a voz era igual. O estilo de cantar - e, de certa forma, o da própria música - eram também iguais. Eu tinha quase certeza disso. Pensei em pedir a opinião de mais alguém, mas, sem a gravação, ninguém poderia me ajudar. Nem tentei. Mas lembrei-me de procurar aquele meu amigo, afinal ele havia ouvido a minha gravação. Infelizmente, ele não se lembrava mais da voz (também pudera: quem se lembraria de uma voz que ouviu uma única vez um ou dois anos antes?). Sendo assim, deixei essa história de lado.
Mas o tempo passou... e aí veio a Internet, o Google e, principalmente, a Wikipedia e o YouTube. No ano passado, lembrei-me de ver o que o Google tinha a falar sobre Guilherme Arantes. Entre tantas referências a seu nome, selecionei a da Wikipedia (Santa Wikipedia!). Não deu outra: lá estava a menção a um grupo de rock progressivo chamado Moto Perpétuo, do qual Guilherme tinha sido tecladista, vocalista e compositor.
O grupo existiu entre 1974 e 1975, e jamais fez o sucesso que merecia, permanecendo totalmente desconhecido do grande público.
Mas o que eu queria mesmo era a música, e o Google já tinha feito por mim mais até do que eu esperava dele.
O meu próximo passo foi, então, procurar “Moto Perpétuo” no YouTube. E não é que eu achei uns videozinhos? Como eu não sabia o nome da música, o remédio foi ouvir uma, duas, três músicas... até que cheguei à quarta música, VERDE VERTENTE, que era exatamente a que eu procurava!
Eu já nem me lembrava mais de muitos de seus detalhes. Embora a qualidade do som não seja das melhores, é o suficiente para que se aprecie o arranjo feito com muito esmero (que vai se tornando mais complexo com o decorrer da música). Por enquanto, estou muito satisfeito com este reencontro.
Eis, então, o “causo”, e eis a música, que é o que realmente interessa:
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