07 junho 2009
ROLAND FANTOM G (Parte 6)
Desnudando o Sampling
Como nas versões anteriores da Fantom, também nesta se pode gravar e reproduzir áudio. Os 32 MB de memória disponibilizados para este propósito estão longe de ser um exagero, mas ao menos pode-se expandí-los até o máximo de 1GB com a instalação de cartões DIMM. Embora a gravação de áudio neste equipamento seja um processo bastante simples, o mesmo não ocorre quando se tenta importar samples de terceiros. Por volta do ano 2000, a Roland comercializava o XV5080, um módulo de som capaz de importar samples da Akai e da própria Roland. Parece estranho, portanto, que o teclado sobre o qual estamos falando neste artigo, justamente por ser muito mais moderno e eficiente, não seja capaz de importar instrumentos diretamente de uma biblioteca de samples – ele até reconhecerá os dados brutos contidos nos arquivos de áudio em formato WAV e AIFF, mas ignorará todos os dados de formatação (incluindo os pontos de loop). Para se reconstruir um instrumento que tenha pontos de loop, primeiro os seus samples terão que ser importados, e, a seguir, os seus parâmetros, o mapeamento e os pontos de loop deverão ser inseridos manualmente. Trata-se de um trabalho realmente maçante. Por sorte, a Fantom G sampleia a uma taxa de 44,1kHz, exatamente a mesma com que são formados os samples da grande maioria das bibliotecas, o que aumenta as chances de essa cópia manual produzir bons resultados (se, por outro lado, os samples tiverem sido gravados em uma outra taxa, 48k, digamos, é bom já ir pegando uma calculadora e uma aspirina...).
Eu ajustei a Fantom G para a tarefa, relativamente simples, de reconstruir uma flauta de osso étnica da biblioteca Dirk Campbell’s Origins, originalmente criada para o sampler EXS24. A Fantom G não teve problemas com a importação dos samples em formato AIFF a partir de uma memória USB. Feito isso, eu coloquei o teclado em seu modo multisample (uma melhoria acrescentada pelo fabricante na última hora, tanto que nem é mencionada ainda em seu excelente manual do usuário) e passei a copiar os parâmetros EXS manualmente. Depois de quebrar a cabeça com o sistema de mapeamento (nada intuitivo, por sinal), comecei a encaixar, cuidadosamente, os pontos de partida, os pontos de loop, fazer o ajuste fino, e até mesmo o ajuste normal de cada trecho do loop. A única coisa que me fez falta, nessa hora, foi a implementação de um controle panorâmico para os samples individuais, mas isso não chegou a ser um empecilho. O procedimento foi moroso, e está longe de ser o ideal, mas funcionou.
Num mundo ideal, deveria ser possível ligar a Fantom G a um computador, selecionar, dentre os arquivos do HD, o da “EXS24”, por exemplo, clicar em “convert instrument”, distrair-se com o Teletext em busca das fofocas excitantes do showbiz enquanto o teclado processa os dados sampleados, e uns poucos minutos mais tarde poder tocar a sua Fantom com todos os sons da EXS24. Do jeito que as coisas são, no entanto, isto não passa de um sonho, mas, admitamos, os poucos samples que se conseguir importar já são melhores do que nada.
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