03 junho 2009

ROLAND FANTOM G (Parte 2)




Modos de Execução

Todo o som produzido pela Fantom G vem de seus 256MB de amostras de formas-de-onda. Ao duplicar o tamanho da ROM em relação à de seu predecessor, a Roland deu ao Fantom G melhores condições para competir com algumas das excelentes bibliotecas de samples existentes no mercado, ainda que a maioria delas já esteja, hoje em dia, com tamanhos no patamar dos multi-gigabytes (a propósito, quando será que os fabricantes de teclados se darão conta de que devem começar a instalar discos rígidos de alta capacidade em seus produtos?).

Embora a maioria esmagadora das formas-de-onda disponíveis sejam mono, há multisamples estéreo de pianos acústicos, de órgãos Hammond com Leslie, harpsichord, octave pop brass, orchestral strings e brass unisons, além de seções de cordas, de violinos, de cellos, jazz vocals, kicks e snares. Os samples estéreo aparecem na waveform list como entidades separadas, sob os títulos “-L” e “-R”. Pode-se carregar rapidamente ambas, selecionando-se a forma-de-onda do canal esquerdo e, então, pressionando-se o botão “Set Stereo”, que vai automaticamente acrescentar os samples apropriados ao canal direito e administrar corretamente a mistura resultante. Tudo perfeito. A maior parte dos sons de pianos acústicos e elétricos foram sampleados com três dinâmicas diferentes. Estas três camadas são oferecidas como formas-de-onda separadas com as quais se pode criar novos velocity splits. Um patch Fantom G (que é o bloco básico para a construção de sons mais complexos) pode englobar quatro formas-de-onda estéreo, que, por sua vez, podem ser velocity-switched, layered ou keyboard split – um ótimo ponto de partida para os que pretendem programar os seus próprios sons.

Muitas das formas-de-onda são apresentadas em versões alternativas “A”, “B” e “C”; algumas dessas variantes soam muito parecidas entre si, porém, com um pouco mais de atenção, é possível perceber que há diferenças de tonalidade entre elas (resultantes, possivelmente, de diferentes posicionamentos dos microfones e/ou de equalização) e mapas de samples alternativos. Surpreendentemente, cada forma-de-onda de piano estéreo tem a sua versão mono, o que, para mim, representa um desperdício de espaço na ROM (uma explicação para isso talvez seja que esses dados em mono existam para contornar problemas de fase que podem surgir quando os samples estéreo são forçados a se misturar num único canal mono). A quantidade de formas-de-onda disponibilizadas pela Fantom G (são 2230) impressiona, e por isso fica difícil de dizer que a Roland estaria oferecendo poucas opções a seus usuários, mas alguns podem achar, mesmo assim, que ela talvez tivesse agido melhor se tivesse sacrificado essas sutis variações de tonalidade em proveito de um número ainda maior de samples estéreo.

Na hierarquia das workstations Fantom G, o degrau seguinte ao do single patch é o do “Live Set”, uma configuração multi-tímbrica contendo até oito patches, cada um podendo ser configurado para um dos canais MIDI (obs: o modo “Omni” não é permitido). O “Live Set” também tem 16 slots “externos”, correspondendo aos canais MIDI de 1 a 16, aos quais se pode enviar sinais de “program change” e configurações de volume/pan. Quando uma “Live Set” está selecionada, estas configurações são transmitidas, através da interface MIDI, para os módulos de som externos, o que faz da Fantom G um teclado master ideal. Com 16 slots de som multi-tímbrico, o “Studio Set” representa o mais alto nível de produção sonora e é projetado para uso em conjunto com o sequenciador.

Um inconveniente menor que eu observei é que, quando se alterna de um single patch para o live mode e, depois, de volta para o single patch, o teclado acaba selecionando automaticamente o primeiro preset patch. Será que os projetistas da Roland terão corrigido este problema num próximo upgrade? Um recurso novo que eu considero realmente importante é que, quando se muda de patch durante uma performance, o som não é afetado, ou seja, não há nenhum ruído nem queda momentânea no volume – o som permanece perfeitamente suave e musical, com seus decays e reverbs intactos. Por muitos anos, esperei que alguém conseguisse resolver esta questão, e eu saúdo a Roland por tê-lo feito.

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Abaixo, um vídeo demonstrativo desta workstation:






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