22 maio 2009

MOOG VOYAGER OLD SCHOOL (Parte 2)

Esta é a segunda parte do artigo de Paul Nagle sobre o Moog Voyager Old School:



WYSIWYG
(nota do tradutor: What You See Is What You Get – O que se vê é o que se terá)

O Minimoog Voyager OS pode até ter uma abordagem tradicional mas é, evidentemente, algo de completamente novo. Ele é, na essência, ainda um Voyager, e portanto tem um projeto bem mais complexo do que o punhado de transistores com que o Mini original era feito. No entanto, este Voyager foi despido dos excessos, reduzido à sua base analógica, perdendo, portanto, o sistema operacional, LCD, menus, memórias de patch, MIDI e até mesmo a superfície sensível ao toque (ainda que este item fosse analógico).

Por esses dois sintetizadores serem tão parecidos, eu sugeriria que vocês revisitassem o estudo minucioso que Gordon Reid fez do Voyager na edição de Junho de 2003 da Sound on Sound. Aqui, como uma espécie de dentista sádico, eu vou discorrer sobre as consequências dessas extrações – e vou também, sem dúvida, me deixar contaminar por um pouco de nostalgia. Afinal de contas, um simples olhar para o Old School já me faz voltar à juventude – para um tempo em que o que se via era o que realmente se tinha. Este Moog é a mais rara das criaturas: um sintetizador moderno, projetado para ter ergonomia, visual e estilo. Não se trata de simplesmente juntar os componentes.

Pesando respeitáveis 18kg, o Old School é parada dura para qualquer desafiante. Se você admirava o Voyager padrão, eu penso que você deverá concordar com o fato de que o seu “irmão mais novo” vence com facilidade qualquer concurso de beleza que se faça entre os dois. O acabamento em madeira é magnífico, o toque dos botões excelente, e o teclado de 44 notas (de FA até DO) é uma maravilha – certamente ganharia de qualquer Model D antigo que eu toquei, tanto pela velocidade como pela sensibilidade.

Na primeira vez que o ligamos, percebemos que o LED pulsante e solitário do Oscilador de Baixa Frequência (LFO) é bastante discreto em comparação com as luzes extravagantes dos outros modelos Voyager. Esta fachada sóbria faz com que ele se misture com mais naturalidade em meio a sintetizadores mais antigos, e a falta de um painel luminoso ou um mod wheel incandescente tem a vantagem de eliminar quaisquer temores quanto a ruído devido a interferências elétricas.

Nenhum Minimoog estaria completo sem o seu familiar painel inclinado. Este de agora oferece cinco posições de operação, apesar de (como Gordon observou em seu estudo original) a base de madeira estar próxima demais das tomadas da parte traseira para que se possa usá-las quando o painel estiver totalmente deitado. Olhando mais de perto, você verá que o painel, na verdade, é um laminado impresso semelhante àqueles vistos nos recentes instrumentos de Dave Smith – tudo muito claro e lógico. Da esquerda para a direita, vemos a seção de modulação, consistindo de um LFO e dois barramentos de modulação. A seguir, há os três VCOs, o mixer, os filtros duais, envelopes e, finalmente, um grande e atraente botão de volume. Sendo ao mesmo tempo destro e um detalhista compulsivo, eu teria adorado encontrar um painel disposto exatamente ao inverso, uma vez que os botões de filtro e de envelope parecem estar onde a minha mão esquerda passa com maior frequência. Felizmente, a inclinação do painel impede que o seu acesso seja obstruído por eventuais cruzamentos entre os braços!

Ao lado de cada controle existe uma marca em azul-claro. Esta é a “rota de fuga” indicada para você, provavelmente para quando tudo der tremendamente errado. Houve um tempo em que nós aprendíamos, pacientemente, a programar nossos sintetizadores a partir de uma lista de patches. Francamente, Moog é a última compania da qual eu poderia esperar que imprimisse um patch “default” em um de seus sintetizadores – convenhamos, ter que conviver com essas marcas no painel é como ter que dirigir para sempre com um instrutor de auto-escola ao lado.

Ligeiramente impaciente, eu virei para olhar o painel traseiro (ou superior), que é muito semelhante ao do Voyager, o que significa um bocado de entradas de ¼ de polegada para pedais de expressão, ou dispositivos modulares como o Moogerfoogers, da própria Moog. Um ponto de inserção para loop de efeitos também é disponibilizado, ideal para ligar os efeitos externos entre a seção de mixagem e os filtros. Esta é uma daquelas adições simples que provam ser extremamente valiosas na prática, e que permitiram que eu me desfizesse de uma enorme coleção de velhos processadores de efeitos. Ao lado desse ponto de inserção, existe uma entrada de áudio externo que aceita qualquer sinal que você imagine – até mesmo a saída para headphone do próprio Old School. Esta versão do Minimoog constrói os sons de uma maneira um pouco diferente; de fato, com os níveis ajustados ao máximo ele produz alguns dos sons mais extremos (e ocasionalmente assustadores) do repertório de sons analógicos.

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