14 novembro 2010

Bobby McFerrin


Bobby McFerrin ficou mundialmente conhecido a partir de 1988, com a gravação de “Don’t Worry, Be Happy”. Ficou claro, desde então, que ele não precisa de instrumentos musicais – ele é “O” instrumento musical. Sua extensão vocal incomum (quatro oitavas!), e seu controle quase sobrehumano sobre cordas vocais e respiração, permitem-lhe emitir sons mais próprios de uma orquestra do que de um ser de carne e osso. Tamanha habilidade poderia facilmente tê-lo conduzido ao caminho fácil do mero exibicionismo circense, mas, para nossa sorte, ela foi plantada em solo fértil: seus pais eram cantores líricos (o pai, o barítono Robert McFerrin, foi o primeiro cantor de óperas negro a ser bem sucedido na Inglaterra). Estudou para ser pianista, mas, já aos 27 anos de idade, optou pelo canto. Enveredou, depois, pelo jazz, trabalhando com grandes nomes (como Chick Corea e Herbie Hancock). Apresentou-se muitas vezes, também, com o renomado violoncelista Yo-Yo Ma.

Decidi exibir aqui três vídeos que são bem representativos da carreira deste grande musicista. Começo por uma apresentação ao vivo, onde Bobby faz a platéia cantar a Ave Maria de Gounod enquanto ele próprio a acompanha, “executando” o Prelúdio número 1 do Cravo Temperado, de Bach. Notem a facilidade com que alterna graves e falsetes para entoar os arpejos dessa peça. A seguir, uma gravação de estúdio, que nos permite apreciar, em detalhes, a perfeita integração de sua voz com a sonoridade orquestral. Por fim, mais uma apresentação ao vivo: uma brincadeira com o “Eine Kleine Nachtmusik”, de Mozart, que termina com outra brincadeira, desta vez com o “Samba de Uma Nota Só”, de Tom Jobim.








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