“O Jardim das Delícias”, obra prima de Hieronymus Bosch, tem fascinado e horrorizado espectadores desde o século XVI com sua descrição de prazeres terrenos em meio a cenas de tortura. Tendo sido recentemente objeto de estudo de músicos do Bate Collection of Musical Instruments, causou-lhes também a mesma estupefação – mas por outros motivos.
Nas dependências da Universidade de Oxford, músicos e curadores procuraram recriar dez dos instrumentos retratados pela obra de Bosch, testando, assim, uma nova abordagem no estudo da Música Antiga. Após meses gastos na reconstrução de réplicas dos tais instrumentos (que incluíam uma flauta, um tambor, um trompete, um hardy-gurdy, uma harpa, um alaúde e gaitas de fole), descobriu-se que eram todos imprestáveis para a música.
“Eu até tentei extrair algumas poucas notas harmoniosas dos instrumentos de sopro”, disse o gerente do museu, Andy Lamb, para o “The Times”, “mas o som rascante que sai deles é simplesmente horrível”, acrescentando que os sons insuportáveis rivalizam com os horrores da própria pintura.
Lamb não acredita que Bosch tenha deliberadamente retratado instrumentos fictícios – o alaúde, por exemplo, jamais poderia ter sido afinado apropriadamente sem que as cordas se rompessem – ou que o experimento, ainda assim, tenha sido uma perda de tempo.
“Valeu a pena”, disse, “Nós estamos ampliando os limites da educação musical um centímetro de cada vez”.
Um comentário:
Gostaria que vissem esse artigo sobre essa pintura!
http://revista.cifras.com.br/noticia/musica-e-descoberta-nas-nadegas-de-figura-infernal-com-mais-de-600-anos_8977
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